• 08 julho

    Mamografias podem ter alterações após vacina contra covid

    Mulheres não devem se preocupar, já que linfonodos regridem. A recomendação é esperar um mês para realizar o exame ou avisar seu médico sobre a imunização.

    A vacina contra covid-19 pode provocar alterações em exames de mamografia e fazer com que mulheres apresentem linfonodos (ínguas) nas axilas. Os gânglios logo desaparecem, mas estão causando indicações desnecessárias de cirurgias e punções, alerta a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). Para evitar preocupações e diagnósticos errados, a entidade recomenda que as mulheres não façam o exame imediatamente após receber a vacina. A orientação é esperar um mês ou avisar seu médico sobre a imunização.

    Exames de rotina devem ser mantidos. 

    “A indicação é de que elas voltem a fazer os exames de rastreamento de câncer de mama, mas relatem ao médico caso tenham tomado vacina”, diz a presidente da Femama, a mastologista Maira Calfelli Caleffi. 

    De acordo com a especialista, nas últimas seis semanas, foi registrado um aumento agudo da presença de linfonodos nos laudos de mamografias e ultrassonografias, sugerindo doenças que deveriam ser investigadas, com indicação de punções e cirurgias. “Quando a paciente não está atenta para isso, realmente se apavora, o que não é necessário, desde que se constate que ela teve vacina aplicada naquele braço ou até no braço contralateral, nos últimos 15 ou 30 dias", explica Maira.

    Após esse tempo, a tendência é de que as ínguas sumam. “Elas não devem deixar de fazer os exames. No entanto, quem tomou a vacina de covid-19 deve aguardar, se possível, de duas a quatro semanas”, recomenda a mastologista.

    Ela reforça que a vacina contra a covid não provoca câncer: "Essa alteração nos gânglios é uma reação do corpo ao imunizante e não tem nenhuma relação com câncer, célula maligna de qualquer natureza. É uma reação inflamatória, como se fosse até uma febre.”

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    O aumento dos linfonodos pode ser causado por qualquer injeção ou vacina - e não apenas pelos imunizantes contra a covid-19. Segundo a Femama, a informação é confirmada pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pela Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

    Essas instituições já divulgaram recomendações de conduta frente à linfonodopatia axilar em pacientes que receberam recentemente a vacina contra a covid-19. "Por isso, nossa orientação é que os agendamentos de exames de mamografia em pacientes sejam realizados antes da primeira dose da vacina ou, então, de duas a quatro semanas depois da aplicação da segunda dose", afirma Maira.

    "Caso a linfonodopatia permaneça, é recomendada a investigação, por biópsia, do linfonodo para excluir a malignidade mamária ou outra origem extramamária", recomenda a médica.

    Fonte: Globo

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