• 29 novembro

    Estudo mostra como a diabetes tipo 2 ocorre em pessoas obesas

    Campanhas de saúde pública já alertam a população acerca dos riscos à saúde advindos da obesidade. Um dos mais citados é o desenvolvimento da resistência à insulina (diabetes tipo 2), quando o hormônio utilizado para metabolizar a glicose torna-se insuficiente. No entanto, o porquê desse fenômeno acontecer não está muito bem estabelecido pela ciência -- ainda mais quando se consideram os complicados mecanismos moleculares envolvidos. Em estudo publicado nesta terça-feira (28) na "Nature Communications", pesquisadores mostram como o fígado media esse processo -- o que abre caminho para novas terapias contra a diabetes tipo 2 (a forma adquirida da doença). A pesquisa foi realizada pela Universidade de Genebra, na Suíça, e teve como coordenador o professor Roberto Coppari, da Faculdade de Medicina da instituição. Coppari e equipe demonstraram em cobaias que a obesidade faz aumentar os níveis da proteína PTPR-γ. Essa substância inibe a ação de receptores de insulina localizados na superfície do fígado. Com isso, a presença do hormônio não é percebida.

    Como foi o estudo

    Para chegar aos resultados, cientistas primeiro fizeram vários testes em indivíduos portadores da condição e observaram que eles apresentaram níveis aumentados da proteína (acredita-se que a inflamação causada pela obesidade eleve os níveis do composto). Depois, fizeram diversos experimentos em ratos que modificava a expressão da substância; na presença da proteína, a resistência à insulina ocorria; já na ausência, as cobaias não desenvolviam a condição. Em uma segunda fase do experimento, cientistas modificaram a presença da proteína somente no fígado e observaram os mesmos resultados descritos acima. Isso demonstrou, assim, o papel fundamental do órgão no processo. O achado abre caminho para novas terapias que visem ao bloqueio da proteína no organismo; combatendo, dessa maneira, o desenvolvimento da diabetes tipo 2. Os cientistas salientam, ainda, que a proteína está presente na membrana celular -- o que faz com que o acesso de drogas a essa substância seja mais fácil. Pesquisadores agora vão testar drogas capazes de bloquear o composto.

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